Nossa criança interior é a sede das nossas emoções mais puras e intensas, como a alegria, a fantasia, a esperança, a tristeza, o medo, a raiva.
Ela também carrega as necessidades básicas que tínhamos quando crianças, como segurança, amor, aceitação e reconhecimento.
Ela é a fonte da nossa criatividade, da nossa capacidade de brincar e da nossa espontaneidade, ela é a parte leve e terna do nosso ser quando está sadia, nutrida, curada, ou a causa de toda amargura profunda que habita nos recônditos mais impenetráveis do nosso subconsciente.
Segundo a psicologia moderna, ou...atual, Criança Interior parte de nós que retém as experiências, emoções, pensamentos e comportamentos da nossa infância. Não se trata de uma entidade separada, mas sim de um aspecto do nosso inconsciente e da nossa psique adulta que foi moldado pelas vivências dos primeiros anos de vida. Ela engloba tudo o que vivenciamos no início de nossa atual experiência terrena, tanto os momentos positivos quanto os negativos, e exerce grande influência em nossa personalidade e comportamento na vida adulta.
Ela também é a parte mais vulnerável de nosso ser, que pode ter sido ferida e marcada por experiências traumáticas ou negligências na infância, o que causa, comprovadamente hoje, inúmeros impactos na vida adulta.
A forma como nossa criança foi tratada na infância molda nossa maneira de nos relacionarmos com nós mesmos e com os outros na vida adulta. Nem todos, infelizmente, tiveram a oportunidade de ter uma infância que lhes traga boas memórias, nem todos obtiveram proteção, cuidados básicos, amor, acolhimento. E isso é algo que gera marcas profundas na psiquê de uma pessoa, não importa a idade que se tenha.
Mas tudo tem cura. E uma criança interna ferida também pode ser curada e assim, modificar totalmente padrões autodestrutivos, fobias, traumas e tantos outros problemas que hoje sabemos que isso causa.
Uma criança interior adoecida pode se manifestar de diversas formas na vida adulta, impactando o bem-estar emocional, os relacionamentos e até mesmo a saúde física.
Alguns sintomas mais comuns:
* Baixa autoestima
* Dificuldade em expressar e lidar com as próprias emoções
* Repressão emocional: Dificuldade em expressar sentimentos, levando ao acúmulo de frustrações e ressentimentos, o que ao longo dos anos, se materializa em diversas formas de doenças no corpo físico.
* Comportamentos autodestrutivos. Padrões de relacionamento abusivos, onde a pessoa se coloca em situações de vulnerabilidade.
* Problemas de relacionamento
* Medo de abandono
* Necessidade de aprovação. Busca constante por validação externa, com dificuldade em reconhecer o próprio valor.
* Necessidade de agradar, impressionar e ser aceito.
* Transtorno de Personalidade Boderline.
* Pessimismo extremo.
* Falta de esperança e fé na vida.
* Dificuldade em estabelecer limites. Incapacidade de dizer "não" e proteger suas próprias necessidades, levando a sentimentos de exploração e desrespeito.
* Autocrítica. Pensamentos negativos constantes sobre si mesmo, com dificuldade em reconhecer qualidades e conquistas.
* Comportamentos impulsivos. Dificuldade em controlar impulsos, levando a gastos excessivos, vícios ou outros comportamentos de risco.
* Dificuldade em se divertir. Perda da capacidade de aproveitar momentos de lazer e relaxamento, com dificuldade em encontrar prazer nas atividades.
* Somatização. Manifestação de dores e doenças físicas como forma de expressar sofrimento emocional.
* Rancor, inveja, vontade de se vingar de tudo e de todos.
* Apatia, vazio interior, falta de propósito na vida.
Mas como já mencionei acima, tudo tem cura. E conforme o estudo da psicologia avança, mais e mais formas de tratamentos vão sendo descobertos.
A cura da criança interior é um processo importante para o bem-estar emocional e psicológico. Envolve reconhecer e acolher as emoções e necessidades da nossa criança interior, e oferecer a ela o amor e a compaixão que ela pode não ter recebido na infância.
O processo de cura da envolve autoconhecimento, acolhimento das emoções e ressignificação de experiências passadas.
Algumas maneiras de trabalhar com a criança interior ferida incluem:
* Terapia: Um bom e sério terapeuta pode ajudar a identificar e processar traumas e emoções reprimidas da infância.
* Meditação e mindfulness: Essas práticas podem ajudar a se conectar com a criança interior e a cultivar a autocompaixão e o auto acolhimento.
* Expressão criativa: Atividades como escrever, pintar, desenhar ou dançar podem ajudar a expressar emoções e liberar traumas.
* Autocuidado: Cuidar de si mesmo, com carinho e dedicação, observando quais nossas reais necessidades tanto física quanto emocionalmente, é uma forma de nutrir a criança interior.
Manter a criança interior saudável é essencial para cultivar alegria, criatividade e bem-estar ao longo da vida. É um trabalho constante, como comer, andar, respirar.
Ela é a nossa parte boa, divertida, bonita, que sabe encontrar beleza e doçura em coisas e situações simples da vida. Nós precisamos dela. Sem ela, nos tornamos seres insensíveis, obscuros, tristes, cinzentos e sem esperança. É uma morte lenta e triste.
Ao cuidar da nossa criança interior, certamente nos tornaremos adultos mais saudáveis, felizes e realizados.
Aqui estão algumas dicas manter nutrida e saudável essa parte essencial existente em cada um de nós, creiamos ou não nisso:
1. Brinque e divirta-se:
* Tire um tempo para redescobrir hobbies infantis. Dedique tempo a atividades que você amava quando criança, como desenhar, pintar, brincar ao ar livre, andar de bicicleta ou jogar jogos.
Seja o mais espontâneo possível. Permita-se momentos de diversão e leveza, mesmo que pareçam bobos ou infantis.
* Cultive o senso de humor: Ria com frequência, assista a comédias, conte piadas e encontre alegria nas pequenas coisas.
2. Explore a criatividade:
* Experimente novas formas de expressão: Dedique-se à música, dança, escrita, teatro, artesanato ou qualquer atividade que estimule sua imaginação.
* Deixe a imaginação fluir: Permita-se sonhar, fantasiar e criar sem medo de julgamentos.
* Encontre tempo para o ócio criativo: Reserve momentos para relaxar, divagar e deixar as ideias surgirem naturalmente.
3. Conecte-se com a natureza:
* Passe tempo ao ar livre: Caminhe em parques, faça trilhas, contemple a natureza e respire ar puro.
* Observe a beleza do mundo natural: Admire as flores, os animais, as paisagens e os pequenos detalhes que despertam admiração.
* Sinta a conexão com a terra: Ande descalço na grama, toque as árvores e abrace a energia da natureza.
4. Cultive o autocuidado:
* Priorize o descanso e o sono: Garanta noites de sono reparadoras para renovar as energias e o bem-estar.
* Alimente-se de forma saudável: Nutra seu corpo com alimentos frescos e nutritivos que proporcionem energia e vitalidade.
* Pratique atividades físicas: Movimente-se regularmente para liberar endorfina, reduzir o estresse e promover o bem-estar.
* Permita-se momentos de relaxamento: Desfrute de banhos relaxantes, massagens, meditação ou qualquer atividade que acalme a mente e o corpo.
* Acolha suas emoções: Permita-se sentir e expressar suas emoções, sejam elas positivas ou negativas.
* Seja gentil consigo mesmo: Pratique a autocompaixão, perdoe seus erros e celebre suas conquistas. Não espere que outros façam isso por você.
* Cultive relacionamentos saudáveis: Cerque-se de pessoas que te amam, te apoiam e te fazem sentir bem, e que estimulem o melhor de você a fluir.
5. Reconecte-se com memórias positivas:
*O resgate de momentos felizes da infância é de suma importância: Veja fotos, vídeos e objetos que te conectem com lembranças positivas que te façam sentir bem.
* Revisite lugares da infância: Se possível, visite lugares que marcaram sua infância e reviva as sensações positivas.
* Cultive a gratidão: Agradeça pelas experiências positivas da vida e pelos momentos felizes que você viveu, pelas pessoas que te amaram e protegeram de alguma forma, mesmo que não tenha sido do jeito que você idealizou que deveria ser. Perdoe e libere quem não cumpriu as responsabilidades que deveriam ser cumpridas, pois somente assim você se libertará dos fantasmas do passado.
Lembre-se que manter sua criança interior saudável é um processo contínuo. Dedique tempo e atenção a essa parte essencial de você e desfrute de uma vida mais leve, alegre e criativa.
Uma pessoa com a criança interior saudável não é um adulto infantilizado. Mas alguém que possui
uma série de características que refletem um equilíbrio emocional e uma relação saudável consigo mesma.
Essas características podem ser observadas em diversos aspectos da vida, como:
1. Alegria e espontaneidade:
* Leveza e bom humor: A pessoa consegue encontrar alegria nas pequenas coisas e expressar suas emoções de forma leve e divertida.
* Criatividade e imaginação: A capacidade de sonhar, criar e explorar novas ideias permanece viva, impulsionando a busca por atividades prazerosas.
* Espontaneidade e autenticidade: A pessoa se sente à vontade para ser ela mesma, sem medo de julgamentos ou necessidade de agradar os outros.
2. Autoconfiança e autoestima:
* Amor próprio e aceitação: A pessoa se valoriza sem exageros e se aceita como é, com suas qualidades e imperfeições.
* Segurança e autonomia: É alguém que confia em si mesma e em suas capacidades, tomando decisões e agindo de forma independente.
* Resiliência e otimismo: A pessoa lida com os desafios da vida de forma positiva, aprendendo com os erros e seguindo em frente com esperança.
3. Relacionamentos saudáveis:
* Empatia e compaixão: Consegue se conectar com os outros de forma genuína, compreendendo seus sentimentos e necessidades.
* Limites saudáveis: Sabe dizer "não" e estabelecer limites claros em seus relacionamentos, protegendo seu bem-estar emocional e físico.
* Comunicação aberta e honesta: A pessoa se expressa de forma clara e assertiva, construindo relacionamentos baseados na confiança e no respeito.
4. Bem-estar emocional:
* Equilíbrio emocional: A pessoa lida com as emoções de forma saudável, sem reprimi-las ou se deixar dominar por elas.
* Autocuidado e autocompaixão: A pessoa se prioriza e cuida de si mesma, dedicando tempo para atividades que lhe proporcionam prazer e relaxamento.
* Paz interior e serenidade: A pessoa se sente em paz consigo mesma e com o mundo, cultivando um estado de calma e tranquilidade.
5. Responsabilidade e maturidade:
* Responsabilidade emocional: A pessoa reconhece e assume a responsabilidade por seus sentimentos e ações, sem culpar os outros ou se vitimizar.
* Maturidade emocional: A pessoa lida com os problemas de forma adulta e construtiva, buscando soluções e aprendendo com as experiências.
* Senso de propósito e significado: A pessoa encontra sentido na vida e busca atividades que lhe proporcionem realização pessoal e profissional.
É importante ressaltar que a cura da criança interior é um processo contínuo e individual. Cada pessoa tem seu próprio ritmo e suas próprias necessidades.