Para Sempre -Carlos Drummond de Andrade

sábado, 11 de maio de 2024

 Coração em flor


Hoje venho trazer uma homenagem para a minha amada mãezinha Lita, que me deixou tão cedo e foi iluminar com seu amor e sua bondade paragens distantes, onde só conseguimos chegar em nossos sonhos.

Sem ela a vida foi muito mais difícil.Na infância, por vezes, quase insuportável. E o buraco que a falta dela deixou, ninguém pôde nem poderia ocupar.


A sua falta tornou a infância dura sim, mãe. A vida costuma bater mais em crianças que não tem suas mães para defender. Mas eu cresci, e não permiti que nada nem ninguém me endurecesse de dentro pra fora, como costuma acontecer nesses casos . 

Com muito estudo da espiritualidade, e claro, com a ajuda da minha hierarquia espiritual e sei que com a sua ajuda também mãezinha, aprendi a acolher aquela criança que se sentia sozinha, perdida e chorava inconsoladamente a falta de sua mãe. Consegui, com muito amor, com que ela entendesse que sua mãezinha, ao contrário do que diziam, está viva, e sempre estará! Amando,cuidando e torcendo por ela como sempre fez. E que uma dia, elas estarão juntas novamente. 

Eu curei aquela criança sofrida.Mostrei a ela que jamais estará sozinha novamente, porque eu sempre estarei aqui para cuidar, proteger e apoiá-la !! Resgatei sua confiança, seu valor e alegria de viver. 

Hoje essa criança não chora mais dentro de mim, ela brinca, com pureza e alegria que toda criança precisa ter.

Com minha criança interna resgatada e curada me tornei forte, auto-amada, alguém que não aceita mais  migalhas de ninguém !


E foi assim que a dor se foi. Só ficou a saudade, que é implacável, teimosa e faz questão de ficar. 

A sua saudade !! Aaah mãe...e que saudade...


Tasha Tudor me lembra muito a minha mãe

E foi então que eu entendi que a gente só sente saudade de tudo o que foi muito bom e deixou marcas de felicidade em nossa vida. Se assim não for, a gente esquece...o tempo, este outro implacável, vem e cumpre com maestria seu trabalho. Leva embora...apaga...sem barulho...sem um sussurro sequer...


E se tem uma coisa que eu tenho certeza hoje, é que se você estivesse aqui para eu te abraçar e mimar da forma que você merece, se pudesse conhecer a adulta que me tornei hoje...sei que se encheria de orgulho mãezinha. Eu tenho honrado o ventre que me gerou com todas as forças, respeito e amor. Eu sempre vou te honrar. Sempre vou te amar !!


Eu não posso te abraçar...sentir teu cheiro...afagar seus cabelinhos encaracolados de portuguesinha...segurar aquelas mãozinhas finas de dedos compridos...ouvir sua voz...seus conselhos...como eu tanto queria. Mas onde você estiver mãezinha Lita...receba meu amor, porque amor não reconhece distâncias, atinge até altas dimensões. Receba minha admiração, e minha eterna gratidão por tudo !! Por exatamente tudo !!

Eu nunca vou te esquecer mãezinha, você sempre será o primeiro e profundo amor da minha vida !!

(Lu Álxp)






 Para Sempre 

(Carlos Drummond  de Andrade)


Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?


Mãe não tem limite,

é tempo sem hora,

luz que não apaga

quando sopra o vento

e chuva desaba.


Veludo escondido

na pele enrugada,

água pura, ar puro,

puro pensamento.


Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,

é eternidade.


Por que Deus se lembra

– mistério profundo –

de tirá-la um dia?


Fosse eu Rei do Mundo,

baixava uma lei:

Mãe não morre nunca,

mãe ficará sempre

junto de seu filho

e ele, velho embora,

será pequenino

feito grão de milho.



Feliz Dia das Mães a todas as mãezinhas

 que honram essa valiosa 

e difícil missão !!



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Caixinha Mágica

Carrego comigo uma caixinha mágica,
onde eu guardo meus tesouros
mais bonitos.
Tudo aquilo que eu aprendi
com a vida,
tudo o que eu ganhei
com o tempo
e que vento nenhum leva.
Guardo as memórias
que me trazem riso,
as pessoas que tocaram
a minha alma e que,
de alguma forma,
me mudaram para melhor.
O simples é tudo
que cabe nos meus dias .
E quem se arrebenta
de tanto existir,
vive pra esbanjar
sorrisos e flashes
de eternidade
[...]
Poema de Caio Fernando Abreu